21 de março de 2011

O Final de Ti-Ti-Ti

Terminou na ultima sexta-feira, o celebre remake de Ti-Ti-Ti, um dos grandes sucesso do horario das 19h. Misturada as tramas de Plumas e Paêtes, Ti-Ti-Ti virou a novela dois em um, apostando na comédia escrachada, bem humorada, na guerra de dois estilistas: Jacques Leclair e Victor Valentin (Alexandre Borges e Murilo Benicio respectivamente), A guerra dos dois estilistas, é o mote central da Ti-Ti-Ti dos anos 80, naquela novela Jacques foi vivido por Reginaldo Faria e Victor por Luis Gustavo, Os personagens marcaram as carreiras de ambos os atores, assim como aconteceu na nova Ti-Ti-Ti. Enquanto de um lado da trama ficava comédia do outro a autora Maria Adelaide Amaral, usou do melodrama, com sua mocinha Marcela (Isis Valverde), Enganada pelo namorado Renato (Guilherme Winter), a jovem tachada de golpista, acaba pegando carona com o amigo Osmar (Gustavo Leão), namorado de Julinho (André Arteche), rejeitado pela familia que desconhece sua homosexualidade, O jovem morre num acidente de carro, e num acordo para poupar o sofrimento da mãe de Osmar, Dona Bruna (Guilia Gam), o marido dela Gustavo (Leopoldo Pacheco), convence Marcela a fingir que o filho que está esperando, era de Osmar, gerando um conflito na história, Quem não gosta nada disso é Edgar (Caio Castro), que acha que Marcela é apenas uma oportunista barata.
Como em toda boa novela, Marcela e Edgar se apaixonam, Edgar começou como um mocinho chato, e aos poucos ganhou o gosto do público, mesmo com a interpretação um pouco forçada de Caio em alguns momentos, demorou para o ator estreante achar o tom de seu personagem, Como previsto na trama original, Renato, volta e monta um triângulo amoroso com Edgar, que permeou até o ultimo capitulo, segurou a trama, e andou de maneira bem colada com a história dos dois costureiros, a autora usou um novo núcleo criado para unir as tramas: A revista Moda Brasil, onde Suzana (Malu Mader) era a editora chefe, A revista aproximou a novela, que deixou bem claro em todo o seu periodo do ar, que não se tratava de um simples remake, e sim uma releitura, com a adição de tramas adicionais. Um verdadeiro prato cheio, para as 19hs, onde tudo atingiu a tônica certa em termos de história central.

Mas nem tudo são flores, e Maria Adelaide Amaral perdeu a mão em alguns aspectos, o excesso de personagens, provocou a falta de exploração de alguns, E também o excesso de tramas paralelas, fez com Rebeca (Cristiane Torloni), simplesmente sobrasse num dos cantos da história, e seu núcleo não empolgou. Além disso, um grande entrecho da Ti-Ti-Ti original, que era a história de Pedro e Gabi (Na primeira versão Paulo Castelli e Mirian Rios, e na segunda Carolina Oliveira e Marco Pigossi), Ela é enganada por ele, finge que está grávida, e usa esse artificio para se vingar, mas os dois se apaixonam, faltou explorar esse núcleo, de maneira que ele ficou em segundo plano, Além é claro, não devemos esquecer, do excesso de triângulos amorosos da novela: AriXMartaXSuzana, CamilaXLutiXValquiria, JorgitoXDessirréXArmandinho, RebecaXGinoXMagali e por aí vai...
Acerto mesmo foi Jaqueline, a perua vivida por Claudia Raia, simplesmente roubou a cena durante toda a trama, chamando a atenção da audiência. Claudia, viveu até hoje o seu melhor momento na TV, tanto, que foi dela a cena final da trama. Jaqueline, que gostava de cantar Ilariê, era apaixonada por Jacques Leclair, virou freira no meio da trama, laançando até mesmo um grife no convento, muitas foram as aventuras, e frases que Jaqueline teve em Ti-Ti-Ti, ela roubou a cena.
A grande vilã ficou por conta de Guilhermina Guinle, que deu vida a Luisa, apaixonada pelo mocinho Edgar, Guilhermina, também esteve excelente, sua personagem chamou a atenção, e no final, mesmo depois de ter tentado matar Marcela, Luisa acabou fugindo, assim como a outra vilã Sthepanny personagem de Sophie Charlotte, todas as vilãs da trama se deram bem no final.
Destaque também para Clotilde, personagem de Juliana Alves, nessa trama a jovem cresceu, tanto que casou com Jacques Leclair no meio da novela, enquanto na Ti-Ti-Ti original, ela só virava noiva dele no ultimo capitulo. Clotilde chamou a atenção, e Juliana fez um papel excelente.
Foram muitos os destaques da trama, Guilia Gam brilhou religiosa convicta, precisando aceitar a homesexualidade do filho, a jovem Clara Tiezzi, a famosa colunista Beatrice M, onde Maria Adelaide Amaral, colocou uma porção de criticas ao mundo da moda, Clara conseguiu fazer exatamente o que o personagem pedia, e se saiu muito bem, Isis Valverde mostrou toda a sua competência fazendo a mocinha Marcela, com seu sotaque mineiro, o publico torceu por ela, e Isis mostrou todo o seu talento dentro da trama, no final Marcela acabou (como queria grande parte da audiência), ao lado de Edgar.
E Claro, Ti-Ti-Ti fez uma grande homenagem a Cassiano Gabus Mendes, e a TV Brasileira em geral, muitas foram muitas as citações de outras novelas (O Clone, Fera Radical, A Justiceira, Rainha da Sucata, Locomotivas, Caras e Bocas e por aí vai), inclusive personagens de outras novelas estiveram na trama: Luis Gustavo reviveu seu Mário Fofoca de Elas por Elas, Vera Zimmerman sua Divina Magda de Meu Bem Meu Mal, e no ultimo capitulo Marilia Perâ esteve ótima revivendo Rafaela Avaray de Brega e Chique.
Ti-Ti-Ti acaba mas deixa saudades, e entra para galeria de grandes sucessos das Rede Globo, A subsituta assinada por Walcyr Carrasco, Morde e Assopra estreia segunda. O Sucesso de Ti-Ti-Ti foi tamanho, que a Globo produziu até uma chamada especial, utilizando recursos gráficos de ambas as tramas, Morde e Assopra estreia já com um desafio: Manter o sucesso e a qualidade que foram deixadas no horario.

Um comentário:

Lucas disse...

Que bom que voltaste! Senti falta de ti aqui na web! Abraço!
Lucas - www.portalcascudeando.blog.com