28 de janeiro de 2012

O Brado Retumbante: Denúncia a Corrupção.

Assinada por Euclides Marinho, com Domingos Montagner e Maria Fernanda Cândido como protagonistas, terminou ontem a minisérie O Brado Retumbante, de 8 capitulos, que foi ao ar durante duas semanas no horario de miniséries da Rede Globo.
Muito boa a minisérie, e corajosa. Paulo Ventura (Montagner), presidente da Camâra dos Deputados, acaba se tornando presidente do Brasil, por meio de um imprevisto do destino. O Presidente e o Vice Presidente acabam morrendo num voô, e Ventura é obrigado a assumir a presidência, ele então pede ajuda a Antonia (Maria Fernanda), sua mulher, com quem brigou, para que estivesse com ele e se tornasse a primeira dama do Brasil.
Juntos os dois, vão morar no Palácio Presidencial no Rio de Janeiro, e Ventura governará por 15 meses, um Brasil ficticio, Porém, muito igual ao original.
Nos 8 capitulos, a minisérie, contou as dificuldades de Ventura, um presidente incorruptivel, na busca de acabar com a corrupção no Brasil, e através de vários comentários ácidos, atentou para diversos temas que o Brasileiro devia se preocupar mais. Comentários proferidos pelo personagem de José Wilker, como o politico Floriano Pedreira, dizendo que o Brasileiro não sabe votar, foram outro lado corajoso da minisérie. Assim como, em um dos episódios Antonia bate de frente com o ministro da educação, que aprovou livros didáticos que diziam que Tiradentes foi o precursor do movimento sem terra, e mais livros que defendiam uma forma incorreta de português como se fosse a certa... Tudo na base da seriedade, atentando para a realidade brasileira.
Além da vida pública, a minisérie abordou a vida privada de Paulo, mulherengo e com problemas em casa, ele demorou a aceitar o filho transexual, e na minha humilde opinião o entrecho foi mal explorado.
No Mais, O Brado Retumbante temrminou ontem com sensação de dever cumprido, foi uma minisérie, ousada e corajosa, sem papas na língua, uma pena que a audiência não tenha ido tão bem. Enfim, espero sinceramente numa continuação, pois a minisérie, com formato de seriado (Coisa que a Globo fez com Cinquentinha e Som e Fúria), poderia render muito mais, e foi um dos grandes acertos da Globo, nesse inicio de ano.

Vale mais caráter e decência, ou vale mais a aparência de uma Fina Estampa?



Era esse o slogan da campanha publicitária de Fina Estampa, nova novela das 21h da Rede Globo (Que passou a tratar a trama das 9 como a trama das nove), no ar desde Agosto do ano passado. Inicialmente era uma trama, que debatia justamente o titulo desse post. Tinha uma personagem batalhadora, Griselda (Lilia Cabral), a marida de aluguel, que trabalhava para cuidar dos filhos, Aí ela tinha a vida cruzada com a vilã da história Teresa Cristina (Cristiane Torloni), Perua, louca, tresloucada, e histérica, mas que não empurrava ninguem da escada. Até aqui Fina Estampa, tratava de assuntos interessantes, Griselda, como todos sabiam, iria faturar um prêmio milionário, e mudar de vida, e eu até apostava numa releitura de uma trama que tratou do assunto muito melhor, Brega e Chique do saudoso Cassiano Gabus Mendes. No entanto, a trama perdeu completamente o rumo inicial, e virou uma piada total e sem qualquer sentido, onde o absurdo faz parte da narrativa, e o que fez esse blogueiro começar a torcer o nariz para a trama.
Primeiro, Teresa Cristina, age como a vilã da trama, sem ter qualquer razão para tanto, a perseguição que ela faz a Griselda não faz qualquer sentido. É só para ser malvada e para que o público a odeie, e a coerência fica aonde? No meio da trama, Teresa Cristina que era tão apaixonada por seu marido René (Dalton Vigh), descobriu que ele beijou Griselda foi lá e expulsou o marido de casa. René logo se ajeitou com Griselda, quebrando assim qualquer razão que a vilã teria para perseguir a mocinha, mas, ela continua lá armando presepadas e coisas do tipo, como colocar cobras no carro da filha de Griselda, Amália (Sophie Charlotte), numa cena que foi de dar vergonha alheia.
Um desperdicio, Cristiane Torloni tem ganhado papeis iguais a algum tempo na Globo, Teresa Cristina, lembra Melissa Cadore de Caminho das Indias, que lembra Hayddé de América, e assim por diante.
Lilia Cabral, segura a protagonista da história muito bem, e é talvez a única coisa segura de Fina Estampa.
Além da trama central, ter virado um verdadeiro absurdo, as tramas paralelas, não conseguem, nem interagir direito com a trama central, nem agir separadamente. Renata Sorah está sobrando. Celeste (Dira Paes), aceitou a volta do marido que batia nela Baltazar (Alexandre Nero), assim simplesmente. A tal revelação de quem seria o namorado do assistente homosexual de Teresa Cristina, Crô (Vivido muito bem por Marcelo Serrado, que conseguiu criar um personagem, completamente diferente de tudo que já tinha feito até então), foi de dar sono. Fred, um personagem que estava sobrando no núcleo do restaurante, acabou sendo empurrado pela vilã da escada. HEIN? O Personagem nem sequer aparecida direito, outro defeito da trama, A MONTOEIRA de personagens que não tem qualquer função na trama.
Para piorar tudo, ainda há a volta de Marcela (Suzana Pires), que foi assassinada pela vilã, pois descobriu o segredo de Teresa Cristina, que na verdade é só uma desculpa para segurar a trama e os espectadores.
Marcela foi assassinada, mas apareceu vivinha da silva no capitulo de ontem. Será Marcela? Ou será uma irmã gemêa de Marcela? Vai demorar até vir a constatação.
Isso me lembrou, aquela novela que ninguem via do SBT: Amor e Revolução, mas parece-me que Aguinaldo Silva, andou copiando (ou se inspirando em Tiago Santiago, vai saber). Na novela sobre a ditadura, Patricia de Sabrit, foi convidada para uma participação especial, ela viveu Olivia, mulher do militar Filinto (Nico Puig), que como a esposa sabia demais a matou. Entre as poucas coisas que agradaram na trama, a personagem de Sabrit foi uma das poucas, então a solução encontrada pelo autor da trama, foi reviver a personagem, alguns capitulos depois, Violeta apareceu dizendo ser irmã de gemêa de Olivia (Qualquer semelhança com o novo entrecho da trama de Aguinaldo, não é mera coincidência), mais a frente, Violeta assumiu que era Olivia e que sobreviveu ao atentado de Filinto.
Enfim, podem esperar que Marcela siga o mesmo caminho. E que Fina Estampa continue apelando para o absurdo, pois para que se preocupar com a coerencia, ou com a originalidade, se o Ipobe está tão bom? Fina Estampa, é um dos grandes sucessos da Globo dos ultimos anos, mesmo que não tenha qualquer compromisso com a realidade.

17 de janeiro de 2012

Janeiro na TV


Pois bem. O Blog ficou vários meses sem atualizações, mas aos poucos estou voltando. É bem verdade que abandonei o Jornal TV, mas foi por uma boa causa, o humilde editor deste blog finalmente passou no vestibular, e em março começa sua faculdade de Letras.
Bem, mas isso não tem nada a ver com a postagem que está marcando o retorno do Blog. Janeiro é sempre um mês muito bom na TV Aberta Brasileira, tem programas para todos os tipos de público, e um público diversificado, pois a maioria das pessoas encontra-se de Férias (eu pelo menos estou de férias). Então não surpreende, que Janeiro seja o mês de estreias, Principalmente na Globo. Dois programas já estrearam na emissora carioca esse mês: A curtissima minisérie Dercy de Verdade, e o desnecessário Big Brother Brasil. E Ainda, o terceiro Acampamento de Férias do Didi. Já no SBT, o mês foi marcado, pela mudança da linha de shows, que passa para as 22hs, vaga ocupada pela novela Amor e Revolução, que chegou ao fim na ultima sexta feira. A Band aposta, por sua vez, num reality show, que não se leva a sério, e que serve único exclusivamente para causar humor involuntário, Mulheres Ricas, que ocupa a vaga do CQC, nada nais é do que um programa bobo, que diverte, justamente por isso, por ser bobo.
Pois bem, quero comentar um pouco sobre cada um dos programas, que foram destaque para mim nesse Janeiro de 2012.
A minisérie Dercy de Verdade, assinada por Maria Adelaide Amaral, foi o grande acerto até aqui, Elenco bem escolhido, roteiro bem escrito, produção caprichada, o único defeito da minisérie, foi ela ter sido tão curta, somente 4 capitulos, O ultimo inclusive, ao meu ver passou tudo muito corrido, mas no total o saldo é positivo. Sobre o BBB, prefiro não comentar nada não, Sou da opinião de que o programa já deveria ter saído do ar a bastante tempo.

Com o fim de Amor e Revolução, espero que o SBT tenha aprendido a lição, primeiro de valorizar suas novelas, Fui uma das poucas pessoas que defendeu a obra de Tiago Santiago, mas o auto-boicote da emissora com a trama foi algo terrivelmente assustador. Segundo, a ter alguem supervisonando seus textos, muito se falou do didatismo de Tiago Santiago, grande erro do autor ao longo dos 204 capitulos da trama, acredito se houvese um supervisor mais experiente, a obra não teria seguido esse caminho.
Mas é claro que os diálogos saídos de livros de auto-ajuda, esses sim são culpa total de Tiago Santiago, no entanto, a trama não foi tão ruim, teve bons capitulos, e bons momentos, e vários atores defenderam bem seus papeis, destaco o trabalho de Patricia de Sabrit, Thais Pacholek, Lucia Verissimo, Nico Puig, e Nicole Puzzi que defenderam bem seus papeis. Além disso, Amor e Revolução apesar de seus tropeços, ficará lembrada por sua ousadia, ao retratar o período da ditadura militar no Brasil, numa telenovela, e o final da trama, (mesmo com didatismo), foi interessante, acabar a trama no comicio das Diretas Já, foi uma boa sacada, e também o final interativo (por meio de enquetes, podia-se escolher o final de alguns personagens da trama), também ajudaram.
Se a noite, as coisas iam mal para a emissora do patrão, a tarde, o fim da reprise de Amigas e Rivais (esticada, e com cenas inéditas, a trama fez mais sucesso do que quando exibida pela primeira vez), trouxe a novela Picara Sonhadora, que acredito continuará fazendo o sucesso esperado, e além dela, o SBT virou a emissora com a tarde de telenovela, Picara, Fascinação, e Marimar são exibidas na sequencia, a tarde toda, garantindo audiência, e freiando o crescimento da Record, o SBT já percebeu que as novelas da faixa dão audiência, logo, podem esperar reprises de Maria do Bairro e A Usurpadora, para segurar a boa fase.
E Janeiro ainda traz mais, O Brado Retumbante, a proxima aposta da Globo no campo das miniséries, e finalmente o SBT exibirá Corações Feridos, a novelinha de Iris Abravanel, que estreiará inteiramente gravada. Janeiro está sendo um bom mês para a TV Aberta brasileira, vamos aguardar.