No ar desde março de 2012, substituindo a bomba que foi Fina Estampa, Avenida Brasil tornou-se um fenomeno de audiência, sucesso no ipobe, e com alta repercussão nas redes sociais.
Confesso, que quando a trama estreiou, com uma abertura ao som de Kuduro, eu virei a cara para a trama. Apesar do bom elenco, e da história central aparentemente interessante, a novela não despertou o meu interesse, e não acompanhei seus primeiros capitulos.
Pois então, depois de alguns meses no ar, decidi dar crédito a trama da jovema Nina (Deborah Falabella) e me surpreendi com a maneira como o autor vinha conduzido a sua trama.
É sabido em todo o país, que Nina, foi abandonada ainda criança, quando se chamava Rita, pela madrasta malvada num lixão. Carminha (numa brilhante atuação de Adriana Esteves), que também havia largado um filho lá, Batata, que na verdade era o apelido de seu filho amado Jorginho (Cauã Reymond). 12 anos depois, Rita aí muda o nome para Nina, volta ao Brasil, depois de anos na Argentina, disposta a fazer Carminha pagar pelos seus erros do passado.
Muitas pessoas vieram me falar, que a trama era uma cópia mal feita do seriado americano Revenge, sucesso na TV a cabo. Eu discordo, Revenge é inspirado em O Conde de Monte Cristo, e a história da mocinha que sofre, e volta para se vingar, já foi muito explorada em nossa teledramaturgia, Chocolate com Pimenta em cartaz no vale a pena ver de novo, é um grande exemplo. Além, até a teledramaturgia mexicana já apresentou histórias com o mesmo fundamento, Marimar, por exemplo, novela reprisada recentemente no SBT, também trazia uma mocinha vingativa, e na minha opinião a única vilã que Thalia interpretou durante toda a sua carreira: Bella Aldama.
A máxima, da teledramaturgia, dos filmes, e dos livros é aquela velha frase: "Todas as histórias são iguais, o que muda é o jeito de contar", e é aqui que Avenida Brasil encontra o seu diferencial.
Nina é a mocinha vingativa, aparentemente boa pessoa, só que capaz de coisas questionáveis para alcançar seus objetivos, na sua sede de vingança ela chega a ser exagerada e caricata (me refiro a personagem) e até meio chata. Durante 100 capitulos, Nina colocou sua amiga Betânia (Bianca Comparato) se passando por ela, a Rita que fora no inicio da trama, para enganar a vilã, sem medir as consequencias do seus atos para a amiga. No capitulo 100, ocorreu a grande virada da trama, quando Carminha descobriu que Nina na verdade era a Rita, que ela mesmo tinha abandonado anos antes no lixão, após roubar o dinheiro da casa do pai de Rita, Genésio (participação especial de Tony Ramos), morto no primeiro capitulo da trama. A partir daí a trama ganhou contornos de agilidade, e me fisgou de vez, os 100 capitulos anteriores, e só eu partilho desta opinião provavelmente, giravam ao redor de uma trama chatinha e arrastada, onde Nina fingia ser a melhor amiga de Carminha a ponto de se vingar dela, vingança essa que nunca dava as caras, tivemos momentos excelentes, que eu acompanhei de relance, como o sequestro de Carminha, e quando o marido dela Tufão (Murilo Benicio), descobriu a verdade sobre o filho que ela abandonara no lixão.
E ainda pra ajudar, nos 100 capitulos anteriores, ainda existiam as tramas paralelas mais sem graça da TV Brasileira. João Emanuel Carneiro errou feio na condução delas a meu ver. Cadinho (Alexandre Borges) e suas três mulheres são o grande exemplo, de uma das tramas paralelas mais chatas e insuportáveis já vistas na TV, e é aqui o grande pecado de Avenida Brasil, a trama central, o embate feroz entre Nina e Carminha é excelente, bem conduzido, cheio de ganchos e situações interessantes, já as tramas perifericas, estas são dificeis de acompanhar, além disso, ainda tem uma trilha sonora de doer os ouvidos, de Luan Santana ao Tchu e o Tcha.
Dito isso, quando a novela atingiu o capitulo 100, quando Carminha descobriu que Nina era Rita, (e a obsessão da vilã pela busca de Rita, ainda gerou um bordão na internet, o já famoso: É tudo culpa da Rita), a trama virou, Carminha decidiu se vingar de Nina, enterrando a rival viva, a meio de dar um susto nela, num capitulo exibido no sabado, um dos melhores momentos da trama, e interpretações impecáveis de Debora Falabella e Adriana Esteves, numa sequencia inspirada em filmes de suspense.
Na Segunda-Feira, Nina então muda a condução dos acontecimentos, ela munida de fotos de Carminha com o amante Max (Marcelo Novaes), começa a chantagear a vilã.
O único problema da novela, como já dito antes, são suas tramas paralelas, chatas toda vida, elas ficam sobrando no meio da trama central, esssa sim, bem construída e bem apresentada por João Emanuel Carneiro.
Um dos maiores méritos da trama, é a dubiedade de sua protagonista, a mocinha Nina, Debora Falabella, conseguiu construir uma personagem obcecada por seu desejo de vingança, uma personagem que pode chegar a ultrapassar os limites do certo e do errado, uma mocinha humanizada, que erra, e que acerta, achando que está fazendo a coisa certa.
Além disso, a trama também apresenta Carminha, como a grande vilã, mas que tem lampejos de bondade, que parece se preocupar de fato com o filho problemático Jorginho (e devo dizer também, insuportável), e que também tem um segredo não revelado, mas que pode explicar o real motivo de todas as coisas erradas que a vilã já fez durante sua vida, mostrando que ela talvez, só tenha sido vitima das circunstâncias.
O sucesso de Avenida Brasil, é estrondoso, e como eu havia comentado, repercurte na redes sociais, o bordão É Culpa da Rita, já foi compartilhado a exaustão, A fala de Nina, quando ela obrigou Carminha a se tornar sua empregadinha, o me serve vadia também, já virou mania nas redes sociais. Além disso, vários avatares no twitter (onde a novela ainda faz mais sucesso, e todos os dias figura entre os trending topics, os assuntos mais comentados na rede) aderiram ao "congela" da trama, que em todos os seus finais de capitulo, acaba congelando um personagem num efeito preto e branco, com o fundo de luzes de carros (a Avenida Brasil do titulo). Eu mesmo cheguei a utilizar uma foto congelada durante alguns dias no twitter.
Avenida Brasil, já entra para a história da televisão Brasileira por conta de sua repercussão e pela trama central bem escrita.
11 de agosto de 2012
25 de março de 2012
Porque eu gosto de Corações Feridos?
Em 2007, quando a reprise de Maria do Bairro chegou ao seu final, o SBT trouxe um outro "sucesso" mexicano, a deliciosa novela O Privilégio de Amar, fiz questão de colocar a palavra "sucesso" entre aspas justamente porque muita gente não viu a novela, e não foi um sucesso que merecesse reprise, mas vamos por partes, eu gostei muito de O Privilégio. Porque? Por causa da história.
Luciana (Helena Rojo), tinha um caso com um padre, engravidava, deixava a criança num cesto e ia seguir sua vida, vinte anos depois, aquela criança, agora Cristina (Adela Noriega), por um acaso do destino começava a trabalhar com a mãe como modelo, e tinha um caso com o enteado dela, Vitor Manuel (juro que eu não lembro o nome do ator), o que fazia Luciana começar a perseguir a menina, sem nem imaginar que na verdade estava perseguindo a filha que abandonou 20 anos antes, e que estava procurando até então.
Forte a trama, Não? Então! Isso é coisa de texto de novela mexicana! Uma história bem amarrada, bem construída, a prova de falhas, e com vilões fortes e bem delineados, além da presença de personagens que por se enganarem cometem atos questionaveis, Por esse motivo O Privilégio me conquistou (mesmo sendo uma novela importada pelos hermanos da Venezuela, senão me engano), primeiro você fica esperando o momento da revelação, quando Luciana vai finalmente descobrir a verdade, depois você se obriga a acompanhar os desdobramentos seguintes.
Tal fato se repitiu com esse blogueiro que vos fala quando ele começou a ver Corações Feridos, novela em exibição no SBT. A novela é uma versão brazuca da trama mexicana A Mentira, e conta a história das primas Aline (Cintia Falabella), e Amanda (Patricia Barros), ambas foram criadas pelo tio Olavo (Paulo Coronato), marido de Vera (Jaqueline Dolabona). Aline se envolve com o fazendeiro Rodrigo (pessimamente vivido por Paulo Zulu), e engravida dele, Porém, quando seu primo Vitor (Victor Pecoraro), volta da Europa, Aline decide terminar tudo com Rodrigo e o faz através de uma carta, onde termina, e anuncia a Rodrigo que abortou o filho de ambos, Aline assina a carta com o nome A.A. Varela, e envia junto um pingente com a letra A, com o recebimento da carta, Rodrigo muito mal, decide por fim a sua vida e se atira de um penhasco.
Eis que chega na história Eduardo (Flávio Tolezani), irmão mais velho de Rodrigo, decido a fazer justiça, Eduardo encontra a carta e o pingente, e acaba acreditando que na realidade a responsável pela morte de seu irmão foi Amanda, a partir daí Eduardo planeja casar com ela para se vingar.
Volto a frisar, história forte não? Pois é! Corações e O Privilégio, bebem exatamente da mesma fonte, uma história forte, com algo que segura o telespectador, Corações Feridos me segurou até semana passada quando Aline foi desmascarada, e continua me segurando, mostrando os desdobramentos da história tão bem amarrada.
É uma trama relativamente simples, e com um emaranhado de clichés, mas vale a pena assistir, inclusive porque o SBT vem caprichando nessa produção (que foi inteiramente gravada no ano passado), alguns atores estão ruins, outros estão excelentes, destaco o trabalho de Cintia Falabela, a vilã da história, perfeita em todas as suas cenas, o mocinho Eduardo, vivido por Flávio Tolezani, começou caricato, mas ao longo dos capitulos achou o tom, e consegue defender um bom personagem. Já Patricia Barros, Amanda, que fecha a trinca de protagonistas, dos 3 é mais fraca, mas não está ruim, assim como Flávio, Patricia conseguiu melhorar ao longo dos capitulos.
Dos coadjuvantes, ainda vale destacar a atuação de Paulo Coronato como Olavo, o grande "patriarca" da história, e Jaqueline Dolabona que vive Vera, a perua tresloucada (anos luz mais interessante que Teresa Cristina), que cuida de tudo e todos. Mas a melhor entre os coadjuvantes é Livia Andrade, que dá vida a empregada Janaína, a atriz novata está muito bem em todas as suas cenas.
Seria chover no molhado, falar mal da atuação de Victor Pecoraro (que está no ar triplamente, no SBT, na novela Aquele Beijo, e na reprise de Chocolate com Pimenta), mas o ator não transmite qualquer emoção ao texto, inclusive ele parece só que "decorou" as falas, e não atua.
Iris Abravanel aprendeu com suas novelas anteriores, e o SBT também, o texto está mais apurado, mais realista, assim como a produção, que está com uma qualidade muito superior.
Enfim, Corações Feridos é um novelão da melhor qualidade e me conquistou justamente por ter uma excelente história, que está sendo muito bem contada, Arrisco afirmar que é a melhor novela exibida no horario nobre atualmente.
13 de fevereiro de 2012
O meu fascínio por Fascinação.
Nazismo, Segunda Guerra Mundial, Getúlio Vargas, Crise de 29 (O café perdeu o valor), estes são alguns dos panos de fundo de Fascinação, grata surpresa do horário da tarde do SBT.
O SBT vem tirando novelas do baú, e se surpreendendo com os resultados das re-reprises de suas tramas que não deram certo no horario noturno. Amigas e Rivais exibiu cenas inéditas. Eis, que o SBT presenteia os telespectadores com a re-reprise de Fascinação, clássico folhetim água com açucar, com uma mocinha extremamente sofredora, e assinado por Walcyr Carrasco, antes dele entrar na Globo e fazer sucesso com O Cravo e a Rosa.
Fascinação, é uma novelinha clássica, e justamente por isso tem o meu fascinio total e assiduo, nunca havia visto a trama até a presente reprise, e estou acompanhando.
A história gira em torno de Ana Clara (Regiane Alves), e todo o tipo de sofrimento que ela pode passar, em busca do amor verdadeiro (do imbecil e mocinho bobo), de Carlos Eduardo (Marcos Damigo) e uma série de acontecimentos e desencontros, até que em determinado ponto da trama pimba!, ficar rica e poder se vingar (Qualquer semelhança com Chocolate com Pimenta, faz sentido pois é do mesmo autor, que adora copiar a si mesmo). Mas o que mais chama a atenção em Fascinação, não são os sofrimentos exagerados da mocinha, e sim as tramas paralelas. Ada (Vera Kowaslka), é uma judia fugida da Alemanha, o que faz com que o pano de fundo da trama (a politica e os ecos do nazismo), ganhem parte da narrativa, e inclusive em determinado momento da trama, estoura a guerra na Europa. O pano de fundo é outro chamariz da novela, e este blogueiro que vos fala, simplesmente adora História Geral... então...
Como dito, outra trama paralela que também chama a atenção é Gustavo (Caio Blat), seminarista que está em duvida em ser padre, e acaba se envolvendo com a divertida emprega Nadir (Lucimara Martins), que arranca gargalhadas em todas as suas cenas.
A trama, é de 1998, quando o SBT reinava absoluto no segundo lugar da audiência, e apesar da produção feita a toque de caixa, tem boa qualidade de texto, cenários e atuação. Destaco também a presença dos vilões Melânia (Que nome hein), vivida por Glauce Graieb, e Alexandre (Heitor Martinez). Destaco também Berenice (Samantha Dalsoglio) que não era uma vilã propriamente dita, mas ela morre no meio da trama. Essa novela é também a primeira de Mariana Ximenez, ela vive a espevitada Emilia, e atuação é tão boa que acredito ser uma das grandes razões para que no futuro Mariana emplacasse uma das mocinhas mais legais da telenovela: A Aninha de Chocolate com Pimenta.
Com tantas qualidades, acho que a novela é uma das melhores já produzidas no SBT na minha modesta opinião.
28 de janeiro de 2012
O Brado Retumbante: Denúncia a Corrupção.
Assinada por Euclides Marinho, com Domingos Montagner e Maria Fernanda Cândido como protagonistas, terminou ontem a minisérie O Brado Retumbante, de 8 capitulos, que foi ao ar durante duas semanas no horario de miniséries da Rede Globo.
Muito boa a minisérie, e corajosa. Paulo Ventura (Montagner), presidente da Camâra dos Deputados, acaba se tornando presidente do Brasil, por meio de um imprevisto do destino. O Presidente e o Vice Presidente acabam morrendo num voô, e Ventura é obrigado a assumir a presidência, ele então pede ajuda a Antonia (Maria Fernanda), sua mulher, com quem brigou, para que estivesse com ele e se tornasse a primeira dama do Brasil.
Juntos os dois, vão morar no Palácio Presidencial no Rio de Janeiro, e Ventura governará por 15 meses, um Brasil ficticio, Porém, muito igual ao original.
Nos 8 capitulos, a minisérie, contou as dificuldades de Ventura, um presidente incorruptivel, na busca de acabar com a corrupção no Brasil, e através de vários comentários ácidos, atentou para diversos temas que o Brasileiro devia se preocupar mais. Comentários proferidos pelo personagem de José Wilker, como o politico Floriano Pedreira, dizendo que o Brasileiro não sabe votar, foram outro lado corajoso da minisérie. Assim como, em um dos episódios Antonia bate de frente com o ministro da educação, que aprovou livros didáticos que diziam que Tiradentes foi o precursor do movimento sem terra, e mais livros que defendiam uma forma incorreta de português como se fosse a certa... Tudo na base da seriedade, atentando para a realidade brasileira.
Além da vida pública, a minisérie abordou a vida privada de Paulo, mulherengo e com problemas em casa, ele demorou a aceitar o filho transexual, e na minha humilde opinião o entrecho foi mal explorado.
No Mais, O Brado Retumbante temrminou ontem com sensação de dever cumprido, foi uma minisérie, ousada e corajosa, sem papas na língua, uma pena que a audiência não tenha ido tão bem. Enfim, espero sinceramente numa continuação, pois a minisérie, com formato de seriado (Coisa que a Globo fez com Cinquentinha e Som e Fúria), poderia render muito mais, e foi um dos grandes acertos da Globo, nesse inicio de ano.
Muito boa a minisérie, e corajosa. Paulo Ventura (Montagner), presidente da Camâra dos Deputados, acaba se tornando presidente do Brasil, por meio de um imprevisto do destino. O Presidente e o Vice Presidente acabam morrendo num voô, e Ventura é obrigado a assumir a presidência, ele então pede ajuda a Antonia (Maria Fernanda), sua mulher, com quem brigou, para que estivesse com ele e se tornasse a primeira dama do Brasil.
Juntos os dois, vão morar no Palácio Presidencial no Rio de Janeiro, e Ventura governará por 15 meses, um Brasil ficticio, Porém, muito igual ao original.
Nos 8 capitulos, a minisérie, contou as dificuldades de Ventura, um presidente incorruptivel, na busca de acabar com a corrupção no Brasil, e através de vários comentários ácidos, atentou para diversos temas que o Brasileiro devia se preocupar mais. Comentários proferidos pelo personagem de José Wilker, como o politico Floriano Pedreira, dizendo que o Brasileiro não sabe votar, foram outro lado corajoso da minisérie. Assim como, em um dos episódios Antonia bate de frente com o ministro da educação, que aprovou livros didáticos que diziam que Tiradentes foi o precursor do movimento sem terra, e mais livros que defendiam uma forma incorreta de português como se fosse a certa... Tudo na base da seriedade, atentando para a realidade brasileira.
Além da vida pública, a minisérie abordou a vida privada de Paulo, mulherengo e com problemas em casa, ele demorou a aceitar o filho transexual, e na minha humilde opinião o entrecho foi mal explorado.
No Mais, O Brado Retumbante temrminou ontem com sensação de dever cumprido, foi uma minisérie, ousada e corajosa, sem papas na língua, uma pena que a audiência não tenha ido tão bem. Enfim, espero sinceramente numa continuação, pois a minisérie, com formato de seriado (Coisa que a Globo fez com Cinquentinha e Som e Fúria), poderia render muito mais, e foi um dos grandes acertos da Globo, nesse inicio de ano.
Vale mais caráter e decência, ou vale mais a aparência de uma Fina Estampa?
Era esse o slogan da campanha publicitária de Fina Estampa, nova novela das 21h da Rede Globo (Que passou a tratar a trama das 9 como a trama das nove), no ar desde Agosto do ano passado. Inicialmente era uma trama, que debatia justamente o titulo desse post. Tinha uma personagem batalhadora, Griselda (Lilia Cabral), a marida de aluguel, que trabalhava para cuidar dos filhos, Aí ela tinha a vida cruzada com a vilã da história Teresa Cristina (Cristiane Torloni), Perua, louca, tresloucada, e histérica, mas que não empurrava ninguem da escada. Até aqui Fina Estampa, tratava de assuntos interessantes, Griselda, como todos sabiam, iria faturar um prêmio milionário, e mudar de vida, e eu até apostava numa releitura de uma trama que tratou do assunto muito melhor, Brega e Chique do saudoso Cassiano Gabus Mendes. No entanto, a trama perdeu completamente o rumo inicial, e virou uma piada total e sem qualquer sentido, onde o absurdo faz parte da narrativa, e o que fez esse blogueiro começar a torcer o nariz para a trama.
Primeiro, Teresa Cristina, age como a vilã da trama, sem ter qualquer razão para tanto, a perseguição que ela faz a Griselda não faz qualquer sentido. É só para ser malvada e para que o público a odeie, e a coerência fica aonde? No meio da trama, Teresa Cristina que era tão apaixonada por seu marido René (Dalton Vigh), descobriu que ele beijou Griselda foi lá e expulsou o marido de casa. René logo se ajeitou com Griselda, quebrando assim qualquer razão que a vilã teria para perseguir a mocinha, mas, ela continua lá armando presepadas e coisas do tipo, como colocar cobras no carro da filha de Griselda, Amália (Sophie Charlotte), numa cena que foi de dar vergonha alheia.
Um desperdicio, Cristiane Torloni tem ganhado papeis iguais a algum tempo na Globo, Teresa Cristina, lembra Melissa Cadore de Caminho das Indias, que lembra Hayddé de América, e assim por diante.
Lilia Cabral, segura a protagonista da história muito bem, e é talvez a única coisa segura de Fina Estampa.
Além da trama central, ter virado um verdadeiro absurdo, as tramas paralelas, não conseguem, nem interagir direito com a trama central, nem agir separadamente. Renata Sorah está sobrando. Celeste (Dira Paes), aceitou a volta do marido que batia nela Baltazar (Alexandre Nero), assim simplesmente. A tal revelação de quem seria o namorado do assistente homosexual de Teresa Cristina, Crô (Vivido muito bem por Marcelo Serrado, que conseguiu criar um personagem, completamente diferente de tudo que já tinha feito até então), foi de dar sono. Fred, um personagem que estava sobrando no núcleo do restaurante, acabou sendo empurrado pela vilã da escada. HEIN? O Personagem nem sequer aparecida direito, outro defeito da trama, A MONTOEIRA de personagens que não tem qualquer função na trama.
Para piorar tudo, ainda há a volta de Marcela (Suzana Pires), que foi assassinada pela vilã, pois descobriu o segredo de Teresa Cristina, que na verdade é só uma desculpa para segurar a trama e os espectadores.
Marcela foi assassinada, mas apareceu vivinha da silva no capitulo de ontem. Será Marcela? Ou será uma irmã gemêa de Marcela? Vai demorar até vir a constatação.
Isso me lembrou, aquela novela que ninguem via do SBT: Amor e Revolução, mas parece-me que Aguinaldo Silva, andou copiando (ou se inspirando em Tiago Santiago, vai saber). Na novela sobre a ditadura, Patricia de Sabrit, foi convidada para uma participação especial, ela viveu Olivia, mulher do militar Filinto (Nico Puig), que como a esposa sabia demais a matou. Entre as poucas coisas que agradaram na trama, a personagem de Sabrit foi uma das poucas, então a solução encontrada pelo autor da trama, foi reviver a personagem, alguns capitulos depois, Violeta apareceu dizendo ser irmã de gemêa de Olivia (Qualquer semelhança com o novo entrecho da trama de Aguinaldo, não é mera coincidência), mais a frente, Violeta assumiu que era Olivia e que sobreviveu ao atentado de Filinto.
Enfim, podem esperar que Marcela siga o mesmo caminho. E que Fina Estampa continue apelando para o absurdo, pois para que se preocupar com a coerencia, ou com a originalidade, se o Ipobe está tão bom? Fina Estampa, é um dos grandes sucessos da Globo dos ultimos anos, mesmo que não tenha qualquer compromisso com a realidade.
17 de janeiro de 2012
Janeiro na TV
Pois bem. O Blog ficou vários meses sem atualizações, mas aos poucos estou voltando. É bem verdade que abandonei o Jornal TV, mas foi por uma boa causa, o humilde editor deste blog finalmente passou no vestibular, e em março começa sua faculdade de Letras.
Bem, mas isso não tem nada a ver com a postagem que está marcando o retorno do Blog. Janeiro é sempre um mês muito bom na TV Aberta Brasileira, tem programas para todos os tipos de público, e um público diversificado, pois a maioria das pessoas encontra-se de Férias (eu pelo menos estou de férias). Então não surpreende, que Janeiro seja o mês de estreias, Principalmente na Globo. Dois programas já estrearam na emissora carioca esse mês: A curtissima minisérie Dercy de Verdade, e o desnecessário Big Brother Brasil. E Ainda, o terceiro Acampamento de Férias do Didi. Já no SBT, o mês foi marcado, pela mudança da linha de shows, que passa para as 22hs, vaga ocupada pela novela Amor e Revolução, que chegou ao fim na ultima sexta feira. A Band aposta, por sua vez, num reality show, que não se leva a sério, e que serve único exclusivamente para causar humor involuntário, Mulheres Ricas, que ocupa a vaga do CQC, nada nais é do que um programa bobo, que diverte, justamente por isso, por ser bobo.
Pois bem, quero comentar um pouco sobre cada um dos programas, que foram destaque para mim nesse Janeiro de 2012.
A minisérie Dercy de Verdade, assinada por Maria Adelaide Amaral, foi o grande acerto até aqui, Elenco bem escolhido, roteiro bem escrito, produção caprichada, o único defeito da minisérie, foi ela ter sido tão curta, somente 4 capitulos, O ultimo inclusive, ao meu ver passou tudo muito corrido, mas no total o saldo é positivo. Sobre o BBB, prefiro não comentar nada não, Sou da opinião de que o programa já deveria ter saído do ar a bastante tempo.
Com o fim de Amor e Revolução, espero que o SBT tenha aprendido a lição, primeiro de valorizar suas novelas, Fui uma das poucas pessoas que defendeu a obra de Tiago Santiago, mas o auto-boicote da emissora com a trama foi algo terrivelmente assustador. Segundo, a ter alguem supervisonando seus textos, muito se falou do didatismo de Tiago Santiago, grande erro do autor ao longo dos 204 capitulos da trama, acredito se houvese um supervisor mais experiente, a obra não teria seguido esse caminho.
Mas é claro que os diálogos saídos de livros de auto-ajuda, esses sim são culpa total de Tiago Santiago, no entanto, a trama não foi tão ruim, teve bons capitulos, e bons momentos, e vários atores defenderam bem seus papeis, destaco o trabalho de Patricia de Sabrit, Thais Pacholek, Lucia Verissimo, Nico Puig, e Nicole Puzzi que defenderam bem seus papeis. Além disso, Amor e Revolução apesar de seus tropeços, ficará lembrada por sua ousadia, ao retratar o período da ditadura militar no Brasil, numa telenovela, e o final da trama, (mesmo com didatismo), foi interessante, acabar a trama no comicio das Diretas Já, foi uma boa sacada, e também o final interativo (por meio de enquetes, podia-se escolher o final de alguns personagens da trama), também ajudaram.
Se a noite, as coisas iam mal para a emissora do patrão, a tarde, o fim da reprise de Amigas e Rivais (esticada, e com cenas inéditas, a trama fez mais sucesso do que quando exibida pela primeira vez), trouxe a novela Picara Sonhadora, que acredito continuará fazendo o sucesso esperado, e além dela, o SBT virou a emissora com a tarde de telenovela, Picara, Fascinação, e Marimar são exibidas na sequencia, a tarde toda, garantindo audiência, e freiando o crescimento da Record, o SBT já percebeu que as novelas da faixa dão audiência, logo, podem esperar reprises de Maria do Bairro e A Usurpadora, para segurar a boa fase.
E Janeiro ainda traz mais, O Brado Retumbante, a proxima aposta da Globo no campo das miniséries, e finalmente o SBT exibirá Corações Feridos, a novelinha de Iris Abravanel, que estreiará inteiramente gravada. Janeiro está sendo um bom mês para a TV Aberta brasileira, vamos aguardar.
Assinar:
Postagens (Atom)